A estreia da Televisão no mundo aconteceu em 1926 através do escocês John Baird, ao mostrar a imagem de um rosto humano numa câmara do tamanho de um selo. Daquela época até os dias de hoje a televisão tem passado por grandes aperfeiçoamentos tecnológicos, ao ponto de favorecer a magnífica criação da Internet.
A Televisão e seus
subprodutos (videocassete, videogames, internet, etc.) são inventos fantásticos
que merecem elogios pela extraordinária capacidade de entretenimento,
comunicação, informação, divulgação e outros, porém, e infelizmente, além das
excelentes vantagens, também apresentam inúmeros riscos. Quanto a estes, há
muito os responsáveis pela programação e conteúdos da televisão comercial e
internet se distanciaram de sua finalidade original: cultura, entretenimento
benéfico e utilidade pública. Desse modo, os interesses comerciais predominaram
sobre seu objetivo inicial, invadindo e alterando significativamente os valores
constituintes da educação, da sexualidade, da família, enfim, da personalidade.
A verdade é que estes meios
de entretenimento e comunicação surpreenderam às expectativas iniciais, pois o
tempo revelou que eles tinham o poder de interferir no comportamento humano.
Foi a partir deste fato que empresários, comerciantes, fabricantes e
publicitários, movidos por seus interesses capitalistas, transformaram tais
produtos em poderosa máquina de dinheiro. Com a então capacidade de influenciar
profundamente a conduta humana, através do condicionamento implacável das
mentes, o uso da televisão comercial e de seus subprodutos tornou-se um
elemento nocivo à sociedade.
É vasto o estrago causado
pelos estímulos negativos da TV, pois não há uma área sequer da vida que não
sofra sua forte interferência. As mensagens
publicitárias e modelos desestruturantes subjacentes atingem, principalmente, as
mentes imaturas das crianças e adolescentes, minando, consideravelmente, à
construção de mentalidades dos sujeitos. Ilustrando esta triste realidade, uma
crianças de 3 anos, em atendimento psicoterápico, explicitou o desejo de cortar
a avó em pedaços e colocá-los em sacos plásticos. De igual modo, uma
adolescente de 12 anos, por passar tanto tempo de frente à TV, apresentou uma
significativa incapacidade de desenhar os traços fisionômicos de sua própria
mãe.
Cristiano Aguiar Lopes
(2010), autor do projeto Legislação de Proteção de Crianças e Adolescentes diz
que essa publicidade já se tornou hipossuficiente, ou seja, sofre de qualidade
para o que necessita. Com isso, pela deturpação da sua finalidade (o lucro),
sua voz ecoa grandes interesses egoístas, deixando de lado o objetivo real
inventado por Baird: facilitar a comunicação em tempos difíceis. A sua
utilidade com foco no servir com otimismo, amor e rapidez; apresentando som e
imagem.
Queridos, como será que um
bebezinho que nasce saudável como o menino Pesseguine se transforma em
assassino e suicida dentro de sua casa, tido como uma criança doce e terno?
Mariângela Momo afirma que a
mídia promove não apenas o consumo de bens e serviços, mas também o consumo de
ideias, de tipos de vida, de posições de sujeitos desejáveis, de ser e de agir.
Especialistas perceberam que
a questão está na publicidade do sistema midiático ao usar estratégias de
consumo focadas em três princípios: Sonho, Sexo e Violência. Então, descobriram
que ele gira em torno desse cenário de perfeição e sedução ao consumidor para
com isso se garantir de pé. Porém, a psicologia se posiciona através do livro
Mídia e Violência; produção de subjetividade e coletividade que estes modelos
impostos pela mídia em muitas vezes fogem da realidade em que está inserido o
usuário ou receptor. Daí pode prejudicar crianças e adolescentes porque estão
em fase de desenvolvimento e pode também atingir a jovens e adultos por estarem
passando por momentos de extrema dificuldade em seus relacionamentos. Já que
são princípios que levam a incitação mental. Como diz o Conselho Federal de
Psicologia a respeito da publicidade dirigida á criança,
As autonomias intelectuais e moral são
construídas paulatinamente. É preciso
esperar, em média a idade de 12 anos para que o indivíduo possua um repertório
cognitivo capaz de libertá-lo, do ponto de vista cognitivo, quanto moral, da
forte referência a fontes
exteriores de prestígio e
autonomia ( CFP,2008).
Assim, o CFP torna ciente a
população brasileira esclarece que nos períodos de infância, como também
da adolescência, muitos meninos e
meninas vão conseguindo, passo a passo, a construção de valores intelectuais e
morais, processo que desenvolve sua personalidade, para melhor pensar, refletir
e agir, ou seja, capacidade de fazer análise crítica do que está vendo e
ouvindo em sua volta. Pois, usuários midiáticos tem que ser vigilante, ela
forma opinião, cria conceitos influenciadores de comportamentos e atitudes. Por
exemplo: novelas exibidas a tarde e noite exibem um mundo absurdo, denegrindo
valores, a família, a religião, banalizando o sexo e insinuando violência.
A Sociedade de Medicina
Brasileira de Pediatria, através de seu Departamento Científico dá um alerta a
família para não permitir que suas crianças com idade inferior a 2 anos sejam
expostas a mídia televisiva. Motivo: Distúrbios de atenção aos 7-8 anos têm
sido comprovado em crianças expostas a televisão desde o momento do nascimento
até 2 anos.
Como os pais devem fazer
nesse mundo midiático e cibernético? Não
usar a televisão como babá eletrônica de seus filhos; orientar escolhas de
canais e programas; reduzir o tempo diante da TV; reduzir o tempo diante da
internet; corrigir posturas e tiques nervosos; ajude-os a compreender o que
estão vendo e ouvindo mostrando toda a extensão do problema; oferecer outras
opções de atividades que substitua a televisão e internet, como esportes,
livros, hobbies e reuniões familiares. Seja um exemplo vivo do que deseja
ensinar para eles.
Este trabalho relatou uma
das lutas do Conselho Regional de Psicologia de Alagoas (CRP-15) e do Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) – Comitê: Alagoas Jornalista
Freitas Neto, objetivando contribuir como sinalizador de uma comunicação
democrática e salutar, para a valorização da vida.
* É Psicóloga representante do Conselho Regional de Psicologia Alagoas (CRP-15) junto ao Comitê Regional do
FNDC-Alagoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário